A profissão de protético já conta com uma longa história de antiguidade, não havendo sequer registro dos pioneiros por todo o mundo. Existem registros de próteses dentárias realizadas por povos como os egípcios, fenícios, romanos, maias, japoneses e outros, datadas ao século IV e V a.C.
A Odontologia praticada no século XVI, a partir da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 22 de abril de 1500, restringia-se quase que só as extrações dentárias. As técnicas eram rudimentares, o instrumental inadequado e não havia nenhuma forma de higiene. Os médicos (físicos) e cirurgiões, diante tanta crueldade, evitavam esta tarefa, alegando os riscos para o paciente de hemorragias e inevitáveis infecções. Argumentavam que as mãos do profissional poderiam ficar pesadas e sem condições para intervenções delicadas. Os barbeiros e sangradores eram geralmente ignorantes e tinham um baixo conceito, aprendendo esta atividade com alguém mais experiente. No dia 25 de outubro de 1840 foi criado no Brasil o primeiro curso de odontologia (daí o dia do dentista ser 25 de outubro). Tinha a duração de três anos e estava ligado à faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Os dentistas encontram diferentes áreas de especialização, que podem ainda incluir disciplinas e conhecimentos da Medicina e da Saúde Pública. Afinal, os dentistas não apenas tratam doenças, mas as previnem por meio de orientações de escovação e até mesmo de alimentação. Uma dessas sepulturas, pertencente ao chefe dos dentistas do faraó, E e Mery, tem uma entrada que conduz a um salão retangular similar a um corredor, e que contém duas pequenas antecâmaras com cenas da vida cotidiana esculpidas em suas paredes, ressaltou a autoridade egípcia. A medicação pós extração era feita através de ervas medicinais que eram fornecidas ao paciente. Normalmente o dentista possuía em seu consultório, vários vasos com diferentes tipos de ervas para esse fim, ao qual removia algumas folhas, que eram dadas ao paciente, para utilização em forma de chá ou como colutório. O pai de Tiradentes (mártir da inconfidência), também foi dentista, profissão essa, ensinada para seu filho. As dentaduras eram constituídas de duas fileiras de dentes, esculpidas em marfim ou adaptadas em base metálica, sendo as arcadas ligadas por molas elásticas.
A Importância De Ter Assistência Jurídica Em Sua Clínica Odontológica
Até que na Revolução de 30, Getúlio Vargas resolveu tomar providências, com um decreto-lei referente à Odontologia, que citava o protético. Foi criado um Serviço de Fiscalização da Saúde Pública, que ia aos consultórios e, consequentemente, aos laboratórios, já que na época estes não passavam de “cantinhos” dos consultórios dentários, pequenas salas anexas. Era na verdade, o Serviço de Fiscalização de Medicina, que controlava as atividades médicas, farmacêuticas e odontológicas. Esse foi o primeiro passo para em 1935, o governo desse um fim aos práticos licenciados, instituindo um exame de habilitação com certificado para quem quisesse exercer a odontologia. Em sua teoria sobre o “sistema de profissões” Andrew Abbott apóia-se na existência de forças externas que provocam transformações nesse sistema, com a abertura de oportunidade profissional. Ele argumenta que “forças externas provocam distúrbios ao sistema (de profissões) através da abertura de novas áreas de trabalho e através da destruição de velhas jurisdições”. Em geral, as mudanças de tarefas, induzidas externamente, exercem maior influência do que o surgimento e desaparecimento de grupos ocupacionais as tarefas geralmente antecipam os grupos.
Profissão Dentista: Por Que Ingressar Nessa Carreira?
Até o século XIX era comum os profissionais ligados a algumas ocupações se dedicarem a mais de uma atividade, ao faceta de porcelana mesmo tempo ou sazonalmente. Os dentistas (certamente mais do que os médicos) têm vários exemplos nesse sentido.
De fato, em meados do século XIX testemunhou-se a emergência de uma teoria sobre a dor de dente ou, pelo menos, o aparecimento de um campo de investigação sistemática sobre o assunto nos termos da ciência. Os dentistas utilizaram discursos carregados de metáforas associadas com o sofrimento e com a dor para lidar com sua falta de estima perante o público e assim construir uma base de confiança e uma noção de utilidade social, na busca por credibilidade e autoridade profissional, ingredientes fundamentais da ideologia profissional. Os praticantes da arte dentária também aproveitaram o momento para se organizarem profissionalmente disputando, entre inúmeros concorrentes, o controle de um mercado crescente de serviços odontológicos. Tradicionalmente, os dentistas eram meros ‘Tiradentes’ ou fabricantes de ‘dentes artificiais’, cuja limitada especialização, treinamento empírico e trabalho mecânico, claramente violavam as ideias, elitistas, de profissionalismo. Emergindo, no século XIX, de uma prática dedicada essencialmente à comercialização de artefatos e serviços dentários, os dentistas não compartilhavam das mesmas bases tradicionais características das atividades dos médicos, advogados e sacerdotes, cuja formação era baseada nas artes liberais e na ciência.
Profissão Dentista No Brasil
Para moralizar esta atividade ante as inúmeras queixas contra os profissionais, o cirurgião-mór determinava em suas “cartas”, que o barbeiro poderia exercer a sua arte com restrições, “não sangrando em ordem de médico ou cirurgião aprovado e não tirando dentes sem ser examinado”. Pela lei de 17 de junho de 1782, para uma melhor fiscalização nas colônias portuguesas.
Durante séculos, a atividade foi baseada em conhecimentos empíricos, não havendo qualquer tipo de conhecimento científico dos procedimentos técnicos na execução dos trabalhos realizados. Para muitos historiadores, os fenícios foram os verdadeiros precursores da prótese dentária; já no Brasil, não se tem dados históricos de quando e como surgiu a profissão do protético dentário, nem de seus trabalhos pioneiros.